Sobre

Dentre os diversos tipos de conhecimentos: religioso, estético, afetivo, o científico, é bastante valorizado tanto por acadêmicos quanto por leigos na área científica. Talvez os motivos dessa valorização sejam diferentes. Para os cientistas, muitas vezes, a ciência é vista como instituição neutra e que está sempre a serviço da sociedade, sabe-se que não é bem assim. A ciência, produção humana, não é neutra e tem influências de diversas esferas como: sociais, políticas, econômicas, históricas entre outras.
Capa do primeiro número por Beatriz Viegas
Por outro lado, para os leigos na área científica o status de onipotência do conhecimento científico relaciona-se ao valor das provas científicas: se foi provado, então é verdade. No entanto, as provas científicas apesar de seu valor, não podem ser vistas como chancela da verdade absoluta. Mesmo que provadas, poderíamos considerar as explicações cientificas como verdades transitórias, assim as explicações para os fenômenos mudam com o tempo e dependem de diversos aspectos, próprios do olhar humano.
Sabe-se que no universo acadêmico é bastante importante a publicação de artigos científicos (papers), mas também se compreende que esses artigos têm circulação muito restrita, mesmo dentro da própria academia. Uma das formas de tentarmos democratizar a ciência produzida na academia é por meio da divulgação científica. Segundo Leibruder (2000), a divulgação científica se constitui a partir da intersecção de dois gêneros discursivos: o gênero científico e o gênero jornalístico.
O discurso científico tende a ter linguagem objetiva, concisa e formal. O que muitas vezes ocorre é que esse tipo de discurso nos leva a acreditar na veracidade e na neutralidade da ciência. Hoje sabemos que a ciência trabalha com verdades transitórias e sem neutralidade. Apesar disso, na maioria das vezes, seu discurso ainda não nos permitir perceber isso.
Já o discurso jornalístico, transmite informações e em um primeiro momento parece também objetivo, claro e conciso. Mas, diferentemente de um discurso científico o enfoque é o fato em si, além disso, utiliza recursos da linguagem figurada como metáforas, comparações, adjetivos, entre outros. Há também uma preocupação explícita em relação ao público alvo.
O discurso da Divulgação Científica (DC) mescla dois níveis de linguagem, o discurso científico, supostamente objetivo e neutro, e o discurso jornalístico, pressupostamente mais coloquial e subjetivo. O DC não é apenas a reformulação do texto do artigo científico e nem um segundo texto resultante da tradução de um texto complexo (artigo científico). É um novo texto, é a formulação de um novo discurso.
Tendo como desafio as dificuldades de divulgar temas científicos, a revista BIOdivulgação (o ambiente em foco) foi proposta. A ideia originou-se em uma disciplina do curso de Ciências Biológicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), na qual, grupos de estudantes foram incentivados a escrever artigos de divulgação científica para um público específico: universitários.
O tema geral da revista é meio ambiente, cada grupo de estudantes escolheu um subtema, selecionando artigos científicos atuais e polêmicos e livros universitários para utilizar como base. Os artigos de DC devem proporcionar reflexões e debates, contemplando os enfoques culturais e científicos. Uma de nossas preocupações é que o discurso da divulgação cientifica permita ao leitor perceber a transitoriedade da ciência.
Ao final de cada exemplar, os leitores encontram uma fotonovela com temas atuais e relevantes. Essa produção foi proposta na disciplina Tecnologia da Informação e Comunicação, para os alunos do curso de Ciências Biológicas da UPM.
Com publicações semestrais que, a partir de seu segundo volume, aceitará artigos externos, o primeiro número contempla os seguintes subtemas: jardins verticais, recifes de corais e sua importância, os biomas brasileiros e lixo que pode se transformar em energia e preservação da Amazônia. Os leitores também poderão encontrar uma fotonovela temática sobre a dengue. 
Nossa versão online é publicana pelo número de ISSN 2448-010X.

© Revista Biodivulgação - 2015. Todos os direitos reservados.

Tecnologia do Blogger.
imagem logo
revistabiodivulgacao@gmail.com